O esquecimento é uma das queixas mais frequentes entre os idosos. Entretanto, há uma diferença importante entre o esquecimento normal, que ocorre com o envelhecimento, e sinais que indicam problemas mais graves. Saber diferenciar essas situações pode ajudar a evitar preocupações desnecessárias e, ao mesmo tempo, permitir a identificação precoce de condições mais sérias, como a demência. Mas afinal, o que causa o esquecimento em idosos e quando devemos nos preocupar?
Com o passar dos anos, o cérebro, assim como outras partes do corpo, passa por mudanças. O envelhecimento dos neurônios e a diminuição da capacidade de regeneração das células podem levar a pequenos lapsos de memória, como esquecer onde deixou os óculos ou ter dificuldade em lembrar o nome de uma pessoa que você não vê com frequência. Esse tipo de esquecimento é considerado normal e não afeta a capacidade do idoso de viver de forma independente ou realizar suas atividades diárias.
No entanto, existem casos em que o esquecimento pode ser um sinal de algo mais sério.
Quando a perda de memória começa a interferir nas tarefas do dia a dia, ou quando o idoso se esquece de informações importantes, como o nome de familiares próximos ou eventos recentes, é necessário prestar atenção.
A demência, incluindo a doença de Alzheimer, é um exemplo de condição que pode afetar severamente a memória.
Ela é caracterizada não só pelo esquecimento, mas também por mudanças comportamentais, dificuldade de tomar decisões e confusão mental. Se o esquecimento vier acompanhado de desorientação, dificuldade em manter uma conversa coerente ou incapacidade de se lembrar de coisas que acabaram de acontecer, é hora de procurar um especialista.
A principal diferença entre o esquecimento comum e preocupante está no impacto que ele tem na vida do idoso. No envelhecimento normal, os lapsos de memória são geralmente leves e ocorrem esporadicamente. Um idoso que experimenta o esquecimento natural ainda consegue realizar tarefas do dia a dia, como pagar contas, preparar refeições e manter sua rotina de forma independente.
Esquecer onde colocou as chaves, por exemplo, é um esquecimento leve, mas lembrar-se mais tarde ou quando recebe um lembrete é comum.
Por outro lado, o esquecimento que demanda atenção médica é aquele que interfere na capacidade de viver de forma independente.
Exemplos incluem esquecer como realizar tarefas básicas, como se vestir, se alimentar ou tomar os medicamentos. Se o idoso frequentemente se perde em locais familiares, repete a mesma pergunta várias vezes ou se esquece de informações essenciais, como onde mora, esses podem ser sinais de um problema mais grave.
Além do envelhecimento natural, outros fatores podem aumentar os lapsos de memória em idosos:
A adoção de hábitos saudáveis pode ajudar a preservar a memória e prevenir o esquecimento. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas e manter o cérebro ativo com jogos, leituras e interações sociais são maneiras eficazes de fortalecer a capacidade de lembrar. Além disso, manter consultas médicas regulares é essencial para monitorar a saúde mental e garantir que possíveis problemas sejam detectados precocemente.
É importante buscar ajuda médica se o esquecimento começar a impactar a vida diária do idoso. Se houver sinais de confusão, dificuldade em tomar decisões, mudanças drásticas de comportamento ou se o idoso apresentar problemas para realizar atividades que antes eram simples, é fundamental procurar um especialista para uma avaliação detalhada.
Esquecer é parte do processo de envelhecimento, mas identificar quando o esquecimento se torna preocupante é a chave para garantir uma vida mais saudável e ativa na terceira idade.
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Dr. Vitor de Assis Braganholo | CRM - SP 238680